História do Café

A história do café no Brasil

se confunde com a sua própria História, pois foi através de sua cultura e produção, que milhares de emigrantes europeus aqui aportaram para fazerem a vida, e assim criaram um novo Brasil.

Conta uma lenda que, por volta do ano 800, um pastor de cabras da Abissínia (atual Etiópia) que costumava fazer longas viagens, ao se sentir cansado, resolveu fazer uma parada, mas notou que os seus bodes continuavam ágeis. Ao observar à sua volta, percebeu que eles comiam um fruto de uma planta que ele não conhecia. Resolveu comer também e, após a ingestão do fruto, sentiu-se mais disposto. Ele ficou tão animado com a descoberta que resolveu levar os grãos para um monge local, que ao ver e entender a história, achou melhor se desfazer das sementes no fogo. Ao torrar o café, seu aroma inconfundível foi liberado, que o animou a fazer uma infusão daqueles frutos amarelos-avermelhados e percebeu que realmente o ajudava a ficar mais tempo acordado durante as suas meditações, sentindo-se mais disposto para suas atividades.

O conhecimento do efeito do café chegou então ao Norte da África e entrou no mundo árabe em meados do século 15. Apesar dos árabes terem tomado medidas para manter o monopólio da produção de café, os holandeses conseguiram contrabandear os frutos frescos para as suas colônias asiáticas (Java, Ceilão e Sumatra) e, depois, para as Antilhas Holandesas, na América Central. Na Europa, inicialmente, era consumido como remédio para combater vários males. Só a partir do século 17 começou a ser adotado como bebida.

O café chegou ao Brasil, por Belém no Pará, em 1727, vindo da Guiana Francesa, trazida pelo Sargento-Mor Francisco e Mello Palheta em viagem àquele País. Em virtude das favoráveis condições edafoclimáticas o cultivo de café espalhou da Região Norte para vários Estados.

Devido às circunstâncias climáticas, de relevo e solo, em meados do século 19 a cultura se estabeleceu mais fortemente no Vale do Rio Paraíba, nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, iniciando um novo ciclo econômico no Brasil. Com a inserção da produção no mercado internacional, tornou-se o principal produto das exportações brasileiras. Por quase um século o café foi a principal riqueza nacional e as divisas fomentaram o desenvolvimento, com criação de cidades e ampliação de outros centros urbano no interior do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Em 1850 o Brasil já era o maior produtor mundial com 40% da produção total.

Ferrovias foram construídas para o escoamento da produção, em substituição ao transporte animal. O porto de Santos era o principal canal de saída da produção nacional. Importantes contingentes de imigrantes, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão de obra nos cafezais de São Paulo, principalmente após a abolição da escravidão em 1888.

A riqueza gerada pelos cafezais fortaleceu economicamente os proprietários e muitos imigrantes que saindo das lavouras se tornaram padeiros, alfaiates, ferreiros criando uma classe média e induzindo o crescimento das indústrias, comércio e serviços.

No século 19, São Paulo tornou-se a metrópole do café, com o progresso chegando ao interior, onde surgiram bancos para atender às necessidades financeiras da produção e, apoiando a industrialização do País. Devido à diversidade de regiões ocupadas pela cultura do café, a variedade de climas, relevos, altitudes e latitudes, o País produz tipos variados de grãos, o que possibilita atender às diferentes demandas de paladar e preços dos consumidores brasileiros e estrangeiros. Essa diversidade também permite o desenvolvimento de vários blends (misturas de tipos), tendo como base o café de terreiro ou natural, o despolpado, o descascado, o de bebida suave, os ácidos, os encorpados, além de cafés aromáticos e especiais. As duas principais espécies plantadas são o arábica (80% da área) e, o conilon ou robusta.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo, o maior exportador da bebida e o segundo maior consumidor. Essa produção não vem de hoje — o país é o maior produtor global há mais de 150 anos. O café brasileiro se diferencia na sua produção, pois se usa o processo seco (café não lavado), no qual as cerejas de café secam ao sol, ao invés de serem lavadas.

A plantação cafeeira ocupa uma área de 2 milhões de hectares com cerca de 300 mil produtores, predominando mini e pequenos, em aproximadamente 1.900 municípios, distribuídos nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Amazonas e Pará.

Atualmente a produção da espécie arábica está concentrada nos Estados de Minas Gerais, como maior produtor, seguido por São Paulo, Espírito Santo e Bahia. Esses quatros estados concentram 85% da produção nacional dessa espécie, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab. O Conilon é cultivado principalmente no Espírito Santo, Bahia e Rondônia, concentrando 95% da produção nacional.

O café arábica (Coffea arabica L.) permite ao consumidor degustar um produto mais fino, requintado e de melhor qualidade. Esse tipo de café é cultivado em altitudes acima de 800 metros. Predomina nas lavouras de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e em parte do Espírito Santo.

O café robusta ou conilon (Coffea Canephora) é usado principalmente para a fabricação de cafés solúveis e em algumas misturas com o arábica. Apresenta um sabor único, menos acidez e teor de cafeína maior. Predomina nas lavouras do Espírito Santo, em Rondônia e em parte da Bahia e de Minas Gerais.

A cada ano aumentam os investimentos em certificações, que promovem a preservação ambiental, melhores condições de vida para os trabalhadores, melhor aproveitamento das terras, além de técnicas gerenciais mais eficientes das propriedades, com uso racional de recursos. O volume expressivo de cafés sustentáveis produzidos anualmente e a alta qualidade e diversidade das safras brasileiras fazem do Brasil um fornecedor confiável e capaz de atender às necessidades dos compradores nacionais e internacionais mais exigentes.

O Brasil desenvolve o maior programa mundial de pesquisas em café. Avanços significativos da cafeicultura brasileira estão relacionados a pesados investimentos em pesquisas em áreas importantes, como o melhoramento genético, biotecnologia, manejo de pragas, irrigação, qualidade da produção, biotecnologia, com preocupação na sustentabilidade econômica e na preservação ambiental.

A cadeia produtiva de café é responsável pela geração de mais de 8 milhões de empregos no País, proporcionando renda, acesso à saúde e à educação para os trabalhadores e suas famílias.

Mas falando de cultura popular, como receber alguém em casa e não oferecer um cafezinho? Como se reunir com amigos pela tarde para bater um papo, discutir política ou futebol sem uma xicara de café?

Para o brasileiro e em muitos lugares ao redor do mundo, tomar um café é sinônimo de socialização, afeto e união. Quando convidamos alguém para tomar um cafezinho, não necessariamente essas pessoas o tomarão, mas é uma desculpa para que se encontrem e coloquem a conversa em dia. Para o brasileiro, definitivamente, esse é um símbolo de aproximação.

O cafezinho é tradicional da cultura brasileira há séculos. Hoje, consumimos a bebida de diversas formas diferentes: gelado, coado, prensado, em cápsulas, com leite ou com canela.

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